Você vive pelo MEDO ou pelo AMOR?

Porque você escreve? Eu escrevo para me conectar com os meus sentimentos, com emoções que afloram e eu nem sei por quê. Recentemente, eu decidi ressuscitar o diário, mas com um motivo diferente daquele que eu encontrei para escrevê-lo na adolescência. Ao ouvir uma entrevista concedida por um poeta brasileiro, o qual admiro muito, Fabrício Carpinejar. Ele falou sobre o dia que sua mãe lhe deu um caderno muito especial. Era “O caderno das emoções”, naqueles papéis Fabrício deveria escrever os seus sentimentos. Sua mãe ao instruí-lo sobre o uso do caderno ainda pontuou: “Essa é a matéria mais importante da sua vida! Mais do que português, matemática…” Quando ouvi isso, fiquei comovida. Logo pensei: nossa quanta sabedoria dessa mãe! De fato, conhecer a nós mesmos e sabermos identificar os nossos sentimentos e porquê nos sentimos assim é muito importante, a tal ponto que determina a nossa vida.

Como já mencionei aqui em outro texto, eu me submeto à psicanálise. Essa modalidade da psicologia se encaixou como uma luva em mim, pois vivo travando diálogos internos e questionando meus pensamentos e emoções. Quando as dúvidas são maiores que as respostas eu pesquiso.

Atualmente, tenho pesquisado sobre vulnerabilidade. Um grande amigo, sabendo da minha dificuldade com o tema, me passou um link do áudio-book de A coragem de ser imperfeito da Brené Brown. Esse livro me ajudou a entender o conceito real da vulnerabilidade. Ao contrário do que eu sempre pensei, não é fraqueza, se trata mais da força que encontramos dentro de nós para sermos quem somos, mesmo que isso signifique ser estranho e estar fora dos padrões.

Durante a minha vida, tive muito medo de ser eu mesma. Desde pequena ouvia coisas negativas ao meu respeito vindo de adultos que eram referência para mim. Coisas como: você é muito ingênua, você acredita em tudo – vê como é fácil lhe enganar? Você tem que ser mais esperta, não confie em ninguém! Pense e saia na frente. O mundo é dos espertos! Pode reparar que as pessoas que me disseram isso, estavam imbuídas de medo e plantaram esta semente em mim desde a infância. Diante a ensinamentos assim, como ser autêntica sem medo de ser engolida pela “esperteza” das outras pessoas? Sim, pus a palavra esperteza com aspas. Porque hoje compreendo que a melhor maneira de viver é sendo sábio (prudente), e ter sabedoria é poder ser livre para ser quem você é. Isso exige coragem e admitir que somos todos vulneráveis. Cada um a sua maneira, segundo a sua realidade.

De acordo com a psicologia, o ser humano vive sob duas emoções fundamentais: MEDO e AMOR. Quando vivemos pelo medo, negamos a nós mesmos, sentimos raiva, vergonha, damos lugar ao sentimento de abandono e rejeição. Quando vivemos pelo amor, aceitamos melhor quem somos, com as nossas limitações e falhas. O erro não é um motivo de vergonha, admitir não saber lidar com alguma situação ou sentir medo, não é vergonhoso. A Bíblia fala que o verdadeiro amor vem de Deus. “O amor lança fora todo medo… Quem tem medo não foi aperfeiçoado no amor.”(1 João 4:18) Logo, eu concluo que a diferença de viver no AMOR ou no MEDO está em viver com Deus, buscando-O diariamente, porque dele recebemos uma porção de amor para viver todo dia “A cada manhã as suas misericórdias se renovam.” (Lamentações 3:23) O medo nos deixa cegos sobre quem é Deus, porque o medo é a pressão interna dentro de cada um de nós. Aquela voz que “grita” todo dia dizendo quem você deveria ser e não é; o que você poderia fazer e não fez e nunca vai fazer. O medo é o vazio interior que cada um tem, o receio sobre não ser amado, de não ser reconhecido. É o não pertencimento que nos toma diariamente. Sabe por que eu acredito que Deus é amor?

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16)

O espaço do vazio em nós que falta amor somente Jesus pode preencher e o espaço do vazio onde falta reconhecimento, Deus preenche nos lembrando que fomos feitos “à sua imagem e semelhança” (Gênesis 1:26) e que não pertencemos a este reino, mas ao Reino dos céus. Por isso todos que crerem no sacrifício de Jesus irão viver eternamente com Deus.