Cine manauara aborda sentimento de inadequação do índio e promove reflexão
Filme brasileiro mira em drama indígena e é premiado no 52º Festival de Cinema de Brasília
A Febre – Longa-metragem dirigido por Maya Da Rin aborda drama vivido em Manaus (AM). A produção carioca, que conta com a participação dos atores amazonenses Rosa Peixoto e Régis Myrupu, foi premiada em cinco indicações no 52º Festival de Cinema de Brasília, no último sábado 30 de novembro, nas categorias: melhor longa-metragem, direção (Maya Da Rin), ator (Régis Myrupu), fotografia (Bárbara Alvarez) e som (Felippe Schultz Mussel, Breno Furtado e Emmanuel Croset).
O filme critica a maneira como os índios são tratados pela sociedade urbana. No teaser o personagem protagonista interpretado por Régis Myrupu conta ao seu filho uma história que ilustra a ambição social e a sensação de inadequação do índio. O filme é falado em tukano (com legendas) e português. Tukano – idioma indígena falado pelas tribos que vivem na região do Rio Uaupés – um curso de água que banha o rio Amazonas e é um dos principais afluentes do Rio Negro.
A atriz Rosa Peixoto, que interpreta Vanessa, declarou em entrevista que sente que o filme valoriza a cultura indígena e mostra um drama real vivido pelos índios em seu cotidiano: “O filme dá visibilidade, respeito e também uma valorização como artista indígena”. Afirmou a atriz ao site D24am Plus.
Assista o teaser oficial ‘A Febre’
Sinopse – O filme ainda não tem previsão de estreia
Manaus, uma cidade rodeada pela floresta amazônica. Justino, um indígena de 45 anos, deixou sua aldeia para tentar a vida em Manaus e hoje trabalha como vigilante em um porto de cargas. Desde a morte da sua esposa, sua única companhia tem sido sua filha mais nova, Vanessa, mas ela está de partida para estudar medicina em Brasília. Sob o sol escaldante e as chuvas tropicais, Justino esforça-se para manter-se desperto no trabalho e com o passar dos dias é tomado por uma febre forte. Em seus sonhos, uma criatura vagueia perdida pela floresta. Na televisão, o noticiário fala de um animal selvagem que ronda o bairro. Justino acredita que está sendo seguido, mas não sabe se quem o persegue é um animal ou um homem.
Karina Sant'Ana
Uma mulher com alma de escritora. Jornalista, produtora de conteúdo para web, freelance em comunicação interna e marketing digital.
5 Comentários
Gustavo de Paula
Ótima matéria!
De fato, o cinema nacional deve abordar mais as questões indígenas na sociedade, superando seus antigos preceitos, que são totalmente estereotipados, a fim de distorcer a ideia de indivíduos “imaginários”.
vorbelutr ioperbir
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